28/06/2016 – F.R de Santo Amaro lança “Abraço: ampliando horizontes, construindo laços”
Apadrinhamento afetivo, lançado pela Vara da Infância e da Juventude, tem link para cadastramento de interessados
Abraço: ampliando horizontes, construindo laços, programa de apadrinhamento afetivo lançado hoje (28), pela Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional de Santo Amaro, sob a responsabilidade das juízas Maria Silvia Gomes Sterman e Sirley Claus Prado Tonello. Neste dia, também foi disponibilizado link para cadastramento de interessados ao curso de capacitação.
A situação das crianças e adolescentes acolhidos sem perspectivas de retorno à família de origem ou encaminhamento à adoção, sempre foi motivo de preocupação para as magistradas e a equipe técnica do fórum. Elas observaram que o apadrinhamento afetivo, prática antiga de algumas entidades de acolhimento, era bastante eficaz na criação de referências afetivas. Assim, surgiu o “Abraço”, forma de expandir a ação com sistematização, supervisão e fomento à prática.
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, afirmou que o apadrinhamento afetivo tem todo apoio da Presidência. Ele expressou sua alegria em ver tantas pessoas envolvidas em projeto tão valioso. “Temos que trabalhar com a emoção, com ideais e objetivos. O programa não envolve recursos materiais, envolve principalmente recursos dos nossos corações e temos que estar envolvidos nessa missão.”
A iniciativa estimula o apadrinhamento afetivo para garantir o direito à convivência familiar e comunitária. Podem ser padrinhos os maiores de 21 anos que sem antecedentes criminais e que tenham comprovada idoneidade. Os interessados, além de passar por avaliação social e psicológica, realizam curso de capacitação com temas relacionados com à infância e juventude, família, diferença entre adoção e apadrinhamento, dentre outros. Os afilhados são crianças a partir de sete anos de idade, cuja reintegração familiar tenha sido inviabilizada e para os quais não tenham sido localizados pretendentes à adoção.
O programa tem a parceria da Unifai, que oferecerá gratuitamente aos interessados, previamente inscritos, curso de capacitação, trabalho integrado dos profissionais de vários cursos da universidade. O Setor Técnico da VIJ atua em conjunto com a instituição educacional e equipes técnicas dos Serviços de Acolhimento. Segundo a juíza Maria Silvia, “a referência familiar é o norte na vida das crianças e adolescentes”. Ela explicou a importância do apadrinhamento nessa região com cerca de 500 crianças e adolescentes acolhidos, muitos deles sem perspectiva de retorno à família originária ou adoção.
Para a magistrada Sirley Claus, “a quantidade de visitas dos padrinhos não é tão importante como a constância, eles têm que honrar o compromisso para não frustrar os afilhados”. Ela lembrou ainda que, além de visitas, os padrinhos podem participar na vida dos afilhados por meio de redes sociais, email e contato telefônico, participando de momentos de suas vidas como provas escolares e de outras atividades do cotidiano.
O reitor da universidade parceira, padre Edélcio Ottaviani, disse que a iniciativa de apadrinhamento afetivo demandou que houvesse qualificação no aspecto pedagógico, social e jurídico. “Os cursos relacionados foram chamados a colaborar na tarefa. Uma forma de cumprimos a função de ir ao encontro da sociedade e auxiliar no aperfeiçoamento do saber.”
Após o lançamento oficial do programa, as assistentes sociais Solange Rolo da Silveira e Alessandra Medeiros se aprofundaram sobre o projeto aos representantes dos serviços de acolhimento e depois se juntaram às magistradas para responder a questionamentos elaborados pelos participantes. A universidade disponibilizou o link para cadastro em que os interessados em receber a capacitação.
Da solenidade participaram também os desembargadores Ademir de Carvalho Benedito (vice-presidente), José Carlos Gonçalves Xavier de Aquino (decano), Waldir Sebastião de Nuevo Campos Junior, o juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça, Renato Hasegawa Lousano, representando o corregedor-geral; a promotora de Justiça Marcela Ferro, representando sua instituição; a presidente do Instituto Paulista de Magistrados, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira; o presidente da Comissão de Adoção da OAB SP, Antonio Carlos Berlini; o coordenador dos Cursos Superiores de Tecnologia, professor Sidney Proetti; magistrados e representantes dos abrigos.
Comunicação Social TJSP – LV (texto) / AC (fotos)
imprensatj@tjsp.jus.br